
Presidente da ABIPTI participa de audiência pública sobre os impactos da burocracia na ciência
04/11/2025
BioTIC está entre os principais ambientes de inovação do Distrito Federal
06/11/2025O presidente da Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica e Inovação (ABIPTI), Diego Menezes, acompanhou nesta quarta-feira (5) a audiência pública promovida pela Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação da Câmara dos Deputados. O encontro teve como foco o debate sobre tecnologias sustentáveis aplicadas à agropecuária, com destaque para iniciativas que serão apresentadas na COP30, em Belém (PA).
A presença do presidente da ABIPTI reforça o alinhamento das instituições de pesquisa tecnológica com as diretrizes nacionais de desenvolvimento sustentável. “O fortalecimento do orçamento do MCTI é essencial para que possamos ampliar a capacidade das instituições de pesquisa em gerar soluções tecnológicas que atendam às demandas da sociedade e do setor produtivo. Investir em ciência é investir no futuro do país”, afirmou Diego Menezes.
Durante a audiência, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos, solicitou aos parlamentares um acréscimo de R$ 1 bilhão no orçamento da Pasta para o ano de 2026. O objetivo é ampliar os investimentos em pesquisa científica nas universidades brasileiras, fortalecendo a produção de conhecimento e inovação no país.
A ministra destacou que os recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) já somam R$ 37,4 bilhões entre 2023 e 2025. “Em três anos, investimos quase seis vezes mais do que nos quatro anos do governo anterior”, afirmou Luciana Santos.
Ela também defendeu a necessidade de reduzir a dependência tecnológica externa em áreas estratégicas, como a de semicondutores. Nesse contexto, propôs a autonomia do Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), para que a empresa pública deixe de ser dependente do Tesouro Nacional e possa gerir suas próprias receitas.
Inteligência artificial impulsiona inovação no campo e será destaque na COP30
Juliano Sebben, representante da Confederação Nacional da Indústria (CNI), destacou que o uso da inteligência artificial (IA) no setor agrícola deve crescer 38% entre 2025 e 2033. A tecnologia já vem sendo aplicada em diversas frentes, como a otimização do uso de fertilizantes e a gestão de riscos climáticos, contribuindo para maior eficiência e sustentabilidade na produção rural.
Com apoio do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), estão sendo desenvolvidas soluções inovadoras, como o cálculo do peso de bovinos por meio de câmeras 3D, tecnologia que reduz o estresse dos animais e o tempo de trabalho nas propriedades.
Stanley Oliveira, da Embrapa, informou que a instituição já conduz mais de 700 projetos com aplicação de IA abrangendo desde sistemas de contagem automática de frutas até algoritmos que recomendam a quantidade ideal de ração para peixes. Este último será apresentado na COP30, ao lado de outras 31 novas tecnologias da Embrapa, incluindo um aplicativo que calcula a janela ideal de plantio com base em dados climáticos e de solo.
Entre as soluções do setor privado, a empresa Solinftec apresentou o robô Solix, capaz de identificar ervas daninhas e realizar aplicações localizadas de herbicidas, reduzindo em até 90% o uso desses produtos. A tecnologia também contribui para a diminuição do consumo de inseticidas e diesel.
“A operação do Solix é totalmente sustentável. Ele funciona 100% com energia solar. Assim como os robôs domésticos que retornam à base para recarregar, o Solix também volta à estação para reabastecer os insumos”, explicou a técnica Natália Machado.






